13/04/2011
Exterior
Acusado de molestar filhos, brasileiro aguarda pelo julgamento há dois anos
Um brasileiro, de 39 anos, está preso preventivamente no estado americano do Arizona há mais de dois anos, sem previsão para ser julgado. Ele nega a acusação de ter molestado os filhos. Para responder ao processo em liberdade, Ricardo Azevedo Souza Costa teria de pagar US$ 75 milhões de fiança. Parentes mantinham sigilo sobre o caso desde dezembro de 2008, apesar de recorrer à ajuda de autoridades consulares brasileiras. Agora, decidiram contar à imprensa a versão deles da história.
Natural de Campinas (SP), o brasileiro era um jovem de classe média de São Paulo que decidiu seguir a carreira de modelo e foi para o Japão, onde conheceu a americana Angela Denise Martin. Eles se casaram em 1993 e se estabeleceram no Arizona, onde Ricardo abriu uma pequena empreiteira.
Tiveram dois filhos e uma filha – S. tem 15 anos, R., 12, e E., 8. Em 2007, o casamento acabou e começou o processo de divórcio litigioso. Os meninos começaram a frequentar uma psicóloga, para quem teriam dito que o pai os molestava.
Durante a disputa judicial do divórcio, e um ano depois da separação, Angela Martin o denunciou 12 vezes na Justiça por abuso sexual contra os dois filhos homens. Em uma audiência tida como rotineira, em 19 de dezembro de 2008, na presença dos pais de Ricardo – os paulistas Eduardo Azevedo Souza Costa e Rosa Cristina Azevedo Souza Costa – que foram festejar o Natal com o filho, o brasileiro teve a prisão expedida pelo juiz Michael Bluff, sendo algemado e conduzido imediatamente por um detetive.
EXIGÊNCIAS PESADAS
A Justiça do Arizona, de acordo com a defesa do brasileiro, deveria tê-lo julgado em até 150 dias. Para responder em liberdade, além de pagar US$ 75 milhões de fiança, em dinheiro, o brasileiro poderia assinar um termo de confissão. Ele se recusa porque nega ter molestado os filhos. O valor pedido ao ex-modelo é uma das mais caras da a história dos EUA. A quantia estabelecida, por exemplo, é 25 vezes maior que a que foi pedida ao cantor Michael Jackson em caso semelhante: suspeita de abuso sexual – US$ 3 milhões.
Segundo a família de Ricardo, as provas para incriminá-lo foram forjadas por Angela e ele tem sido submetido a situações desiguais que impedem de ser julgado de maneira justa e no prazo legal. Para a advogada brasileira Giselle Ambrosio, voluntária no caso desde o comunicado da situação de Ricardo pelo consulado brasileiro, o tratamento dado a ele não é o mesmo recebido pelos norte-americanos.
SAIBA +
A advogada brasileira Gisellle Ambrosio, que se apresentou como voluntária para ajudar Ricardo, afirma que o processo vem se arrastando devido a diversas petições dos advogados da ex-mulher do paulista. Giselle decidiu se colocar à disposição porque acredita que ele está sendo bastante injustiçado.
O advogado do ex-modelo, o americano Bruce Griffen, afirma que o caso é uma falha grotesca e sem precedente no sistema dos EUA.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores
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